sábado, setembro 22, 2007

Publicado e aceito JORNAL DO COMÉRCIO DE RECIFE









Poesia
Me avisarei, por Paulo Alexandre Vasconcelos
Publicado em 02.08.2007, às 08h44


não acordes o tempo.
tu entras por aquela rua,
e eu dobrarei a esquina e terei o rio e a sua sensatez.
assim, me avisarei que és ausente.

e o rio contemplará a minha face branca, branca.
e eu crescerei no silêncio.
o rio se avolumará,
e os meus gestos serão líquidos e parados,
mesmo como o tufão que passe e ouse.
eu levantarei como um talo breve
e ficarei como uma lua sobre o rio quieto e farto
desse pouso sensato e natural ser só.


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ANTERIORES
- Rua da Saudade, por Cristiane Condé
- As palavras (estão velhas), por Roberto Vieira
- Poema, por Rafael de Oliveira
- Teorias afetivas e fios imaginários, por Raquel Berenguer
- A derradeira espera, por Fábio Pacheco



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sábado, agosto 25, 2007

Maria do Carmos Barreto Campelo


PACTO

Com que pacto de amor
nos celebramos
que ao me contemplarem pronunciam teu nome
e se apenas ao olhares a paisagem
já me anuncias?

Bem sei:
se te relembro
os traços do teu rosto
em mim se delineiam.

Sei ainda: se vens
ouço rumor de espigas amanhecendo
e pássaros emudecem se te distancias.

Jogo de espelhos confrontados
tua imagem fugidia invade meus espaços
e eu
reflexo de ti
me refaço/me renasço
transportando-me ao campo de teus sonhos.

Ah! pacto de ternura
íntimo idioma
teu olhar de horizonte, boca de sal e aroma
o puro amor simples e natural como o leite
e a certeza da inevitabilidade das coisas.

DRUMMOND







Affonso Romano Sant’Anna
"desparafusa" Drummond
FERNANDA NIDECKER

Intelectualmente, o poeta e escritor Affonso Romano de Sant’Anna se localiza dentro de uma tradição que começou com Mário de Andrade, Manuel Bandeira, passou por Carlos Drummond de Andrade e chegou a ele. Às vésperas do centenário de Drummond, que será comemorado no ano que vem, o escritor ressalta que quer levar esta tradição adiante através de suas crônicas e poesias.
Amante incondicional da obra do maior poeta do século XX, Santa‘Anna lê Drummond desde a adolescência e escreveu sua tese de doutoramento baseado em um arquivo de mais de 600 páginas cedido pelo próprio poeta. "Drummond, Gauche na vida", ganhou três prêmios internacionais, acaba de ser traduzido para o espanhol e será lançado pela Universidade de Salamanca, na Espanha. Em entrevista ao JB Online, Affonso Romano de Sant‘Anna fala com intimidade sobre as poesias de Drummond e propõe sensibilidade e ouvido poético para entender este poeta que ele considera ser uma mina.

Qual é a influência de Drummond em sua obra?


Comecei a ler Drummond ainda na adolescência. Aos 17 anos, peguei meus poemas e os levei até ele e Manuel Bandeira. Alguns anos depois, me debrucei profundamente sobre seus poemas para fazer minha tese de doutorado, intitulada "Drummond, Gauche no tempo". Ele, inclusive, me emprestou seus arquivos, que reunia cerca de 600 páginas. Logo depois que retornei do Estados Unidos, em 67, defendi a tese.

Dia depois, recebi um telegrama dele, que dizia: "você me desparafusou todo". Este foi o melhor elogio que poderia ter recebido. E eu sabia que ele havia gostado do trabalho, porque certa vez fui até uma livraria para saber se havia exemplares à venda e o livreiro me disse que Drummond tinha ido até lá e levado todos os volumes da obra.

O que você concluiu deste trabalho?


Fiz uma análise minuciosa e uma leitura sistemática dos poemas de Drummond, com levantamentos estatísticos das palavras que mais se repetiam e quantas vezes elas se repetiam. Eu percebi que a obra de Drummond não é um supermercado onde os críticos podem identificar com facilidade temas segmentados e bem definidos. A obra deste poeta possui uma estrutura e uma organização que exige interpretação global e estruturante.

Qual é o segredo para captar a obra de Drummond?


A partir dos estudos que fiz sobre sua obra, percebi que a chave mestra para entender suas poesias estava na primeira estrofe do primeiro poema de seu primeiro livro, que diz resumidamente: "Quando eu nasci um anjo torto, daqueles que vivem meio à sombra, me disse: vai Carlos, vai ser gauche na vida".

Nesta estrofe, podemos resumir de certa forma toda a obra do poeta, que descreve ao longo de sua trajetória, a maneira como o indivíduo gauche (à margem, errado, à esquerda) se posiciona diante do mundo. E como se não bastasse ele se considerar "gauche", Drummond ainda diz que foi um anjo torto que o concebeu, ou seja, o avesso do anjo iluminado.

Esses termos se repetem na obra do poeta?


Sim, de várias formas. Drummond nasceu em Itabira, no interior de Minas, uma cidade barroca, cheia de curvas. Ele fez questão de citá-la várias vezes em ÷sua obra. Além disso, em um outro livro, ele diz que gostaria de escrever um livro torto. Um outro fato interessante deste aspecto de sua obra está em um de seus livros, onde há uma foto em família, com uma legenda sugestiva, provavelmente feita pelo autor: "Carlos Drummond de Andrade, o primeiro à esquerda". Ou seja, ele se ironizava diante da posição que ocupava no mundo.

É possível categorizar a obra de Drummond?


Não categorizar, mas dividí-la em três atos, como se fosse um peça teatral. A primeira parte revela um Drummond, irônico, com poemas-piada, paródias. Ou seja, neste primeiro momento ele escreve com um olhar ainda provinciano diante da cidade grande, como se o Eu fosse maior que o mundo.

Na segunda fase, a poesia de Drummond se estrutura mais, aborda temas como política, Segunda Guerra, bomba atômica e a solidão do homem jogado na cidade grande. Neste momento, ele faz um busca angustiante pelo contato como o ser humano, solitário, abandonado em um cenário confuso e de guerras. Na terceira fase, classificada como metafísica, ele dá um salto ainda maior, falando da morte, do nada e da relação entre os dois.

A obra de Drummond é acessível ao público em geral?


Não. Há dois tipos de leitura: a superficial e a profunda. É importante ler "Confidência de Itabirano" ou "José", poemas da primeira fase, mais fáceis de serem compreendidos. Mas a obra que se segue depois disso é mais trabalhosa e exige mais sofisticação para ser melhor lida. Poeta popular é Vinicius que conta com o aparo da música. Apesar de Drummond estar na mídia, é preciso algo mais para compreendê-lo.

Que tipo de postura deve se ter para ler Drummond?


Depende do leitor. Se for poeta é uma coisa, se não tiver prática poética é outra, se for um técnico é outra coisa. A questão é aprender a ler poesia, e atualmente as poesias não lêem mais poemas. E isso é lamentável, pois a poesia já representou o código lingüístico pelo qual se comunicaram várias gerações.

Para ler Drummond, é preciso ter sensibilidade poética, ouvido poético e saber que se está diante de um poeta que tem de ser lido atentamente, como se fosse uma mina: para desvendá-la é preciso cavá-la, ir mais fundo.

O que é mais difícil de compreender na obra do poeta?


Sem dúvida é a terceira fase, a metafísica, onde o Drummond trata de questões muito mais complexas, como a morte, a aparência, o nada. Ele aborda neste momento, pontos com os quais o homem se defronta e que não podem ser resolvidos como a morte e o amor. Para Drummond, o amor é fundamental, nasce e morre, se sucede ao correr da vida. Já a morte é uma aporia diante da qual o homem não sabe o que fazer.

O que significa Aporia?


Esta palavra tem três significados: um inseto que cava terra no escuro, uma orquídea e um teorema insolúvel. Drummond escreveu o poema Áporo, não por acaso, e incluiu todos os três significados na poesia. Quanto ao teorema insolúvel, o poeta o relacionou à morte.

Você disse que Drummond acreditava que para se fazer poesia era preciso trabalho. Fale um pouco mais sobre isso.


A idéia que ele tinha, e da qual eu compartilho, é da poesia não como acidental, não como jogos de palavras, nem como capacidade de produzir metáforas bonitas. Ele encarava a poesia como uma visão de mundo, uma obra que se constróis aos poucos, onde cada poema se relaciona como o outro e cada livro propões perplexidades.

O poeta, na definição de Heidgher, é um indivíduo capaz de saber o sentimento da apólice de seu tempo, o que implica estar atento ao sentido da história, afinado à realidade coletiva.

Como será sua participação nas comemorações do centenário de Drummond?


Tenho participado de reuniões em Itabira, tento agilizar traduções da minha tese para outros idiomas, que até agora foi traduzida apenas em espanhol, pelo genro do poeta, e será lançada em breve pela Universidade de Salamanca.

Acho muito importante que a obra de Drummond seja traduzida em várias línguas, porque muitos poetas brasileiros e portugueses como Fernando Pessoa são conhecidos no exterior por causa das traduções, e quase ninguém conhece Drummond. Ainda, escrevi o prefácio do livro Rosa do Povo, que está sendo relançado e escrevi o posfácio de o Amor Natural, que é o livro erótico de Drummond. Dezenas de artigos, poemas também estão sendo preparados.

by http://jbonline.terra.com.br/destaques/bienal/entrevista-afonso.html








O mundo é grande


O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.


(Carlos Drummond de Andrade in “Amar se Aprende Amando”)

domingo, agosto 12, 2007

Hilda Hilst




Hilda Hilst





Lobos? São muitos.

Mas tu podes ainda

A palavra na língua

Aquietá-los.


Mortos? O mundo.

Mas podes acordá-lo

Sortilégio de vida

Na palavra escrita.


Lúcidos? São poucos.

Mas se farão milhares

Se à lucidez dos poucos

Te juntares.


Raros? Teus preclaros amigos.

E tu mesmo, raro.

Se nas coisas que digo

Acreditares.



Hilda Hilst



Enquanto faço o verso, tu decerto vives.

Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.

Dirás que sangue é o não teres teu ouro

E o poeta te diz: compra o teu tempo.


Contempla o teu viver que corre, escuta

O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo.

Enquanto faço o verso, tu que não me lês

Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.

O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:

"Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas".

Irmão do meu momento: quando eu morrer

Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:

MORRE O AMOR DE UM POETA.

E isso é tanto, que o teu ouro não compra,

E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto

Não cabe no meu canto.


Hilda Hilst



Como se te perdesse, assim te quero.

Como se não te visse (favas douradas

Sob um amarelo) assim te apreendo brusco

Inamovível, e te respiro inteiro


Um arco-íris de ar em águas profundas.


Como se tudo o mais me permitisses,

A mim me fotografo nuns portões de ferro

Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima

No dissoluto de toda despedida.


Como se te perdesse nos trens, nas estações

Ou contornando um círculo de águas

Removente ave, assim te somo a mim:

De redes e de anseios inundada.

(II)


* * *


Descansa.

O Homem já se fez

O escuro cego raivoso animal

Que pretendias.

(Via Vazia - VIII)


(Hilda Hilst - Amavisse)





BIOGRAFIA

Isso de mim que anseia despedida
(Para perpetuar o que está sendo)
Não tem nome de amor. Nem é celeste
Ou terreno. Isso de mim é marulhoso
E tenro. Dançarino também. Isso de mim
É novo. Como quem come o que nada contém.
A impossível oquidão de um ovo.
Como se um tigre
Reversivo,
Veemente de seu avesso
Cantasse mansamente.

Não tem nome de amor. Nem se parece a mim.
Como pode ser isso?
Ser tenro, marulhoso
Dançarino e novo, ter nome de ninguém
E preferir ausência e desconforto
Para guardar no eterno o coração do outro.

Carlos Drummond de Andrade

Filha do fazendeiro e poeta Apolonio de Almeida Prado Hilst, Hilda nasceu na cidade de Jaú, em uma família rica do interior paulista. Seu pai morreu esquizofrênico aos 35 anos, o que fez com que Hilda optasse por não ter filhos, uma vez que um médico lhe teria dito que a doença atacava geração sim, geração não. As pessoas que conviveram com a poeta a descrevem como uma pessoa deslumbrante, generosa, dona de palavras ácidas, íntegra e culta. Na juventude, foi tida como uma das mulheres mais bonitas de sua geração. “Mistura da beleza de Ingrid Bergman e da sensualidade de Rita Hayworth”, descreve o editor Massao Ohno. A beleza e a personalidade forte tocaram também Carlos Drummond de Andrade, que dedicou um poema a ela (veja reprodução do poema acima). Hilda foi musa de artistas, poetas – Vinicius de Moraes chegou a se apaixonar por ela – e intelectuais. Foi amiga de Lygia Fagundes Telles – “até o fim da vida”, afirma Lygia – e, com seu comportamento avançado, sempre chocava a sociedade paulistana em meados da década de 50. Entre as muitas histórias que sua biografia revela, diverte aos amigos lembrar do namoro com o ator norte-americano Dean Martin (aquele mesmo, famoso parceiro do comediante Jerry Lewis) e a tentativa, frustrada, de seduzir Marlon Brando. “Em Hilda tudo era extremado”, lembra a professora Nelly Novaes Coelho, apresentada à escritora por Lygia Fagundes Telles. “A tudo que fazia, entregava-se de corpo inteiro. Não conseguia o meio-termo, virtude rara que, se por um lado deixou o mundo maior e mais belo do que quando nele chegou, por outro lhe causou contínuos dissabores e problemas. Pois a vida comum exige o meio-termo, o disfarce...”

Hilda Hilst morreu em (4/2/2004), de falência múltipla dos órgãos, depois de uma queda em que fraturou o fêmur. Os jornais trarão certamente a biografia e alguns poemas de Hilda; dirão da grandeza de seu texto desconcertante, de sua beleza enigmática quando jovem, de sua desistência de quase tudo em favor da literatura, de sua solidão, de sua dezena de cães, de sua bem-comportada loucura, etc.


VIDA

Nasceu em Jaú, São Paulo, aos 21 de Abril de 1930. Em 1948, entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco), formando-se em 1952. Em 1966, mudou-se para a Casa do Sol, uma chácara próxima a Campinas (SP), onde ainda reside. Ali dedica todo seu tempo à criação literária.

Poeta, dramaturga e ficcionista, Hilda Hilst escreve há quase cinqüenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do país. Participa, desde 1982, do Programa do Artista Residente, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.

Seu arquivo pessoal foi comprado pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem, IEL, UNICAMP, em 1995, estando aberto a pesquisadores do mundo inteiro.

Alguns de seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. Em março de 1997, seus textos Com os meus olhos de cão e A obscena senhora D foram publicados pela Ed. Gallimard, tradução de Maryvonne Lapouge, que também traduziu Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.



OBRA

Poesia

Presságio - SP: Revista dos Tribunais, 1950.
Balada de Alzira - SP: Edições Alarico, 1951.
Balada do festival - RJ: Jornal de Letras, 1955.
Roteiro do Silêncio - SP: Anhambi, 1959.
Trovas de muito amor para um amado senhor - SP: Anhambi, 1959. SP: Massao Ohno, 1961.
Ode Fragmentária - SP: Anhambi, 1961.
Sete cantos do poeta para o anjo - SP: Massao Ohno, 1962. (Prêmio PEN Clube de São Paulo)
Poesia (1959/1967) - SP: Editora Sal, 1967.
Júbilo, memória, noviciado da paixão - SP: Massao Ohno, 1974.
Poesia (1959/1979) - SP: Quíron/INL, 1980.
Da Morte. Odes mínimas - SP: Massao Ohno, Roswitha Kempf, 1980.
Da Morte. Odes mínimas - SP: Nankin/Montréal: Noroît, 1998. (Edição bilíngüe, francês-português.)
Cantares de perda e predileção - SP: Massao Ohno/Lídia Pires e Albuquerque Editores, 1980. ( Prêmio Jabuti/Câmara Brasileira do Livro. Prêmio Cassiano Ricardo/Clube de Poesia de São Paulo.)
Poemas malditos, gozosos e devotos - SP: Massao Ohno/Ismael Guarnelli Editores, 1984.
Sobre a tua grande face - SP: Massao Ohno, 1986.
Alcoólicas - SP: Maison de vins, 1990.
Amavisse - SP: Massao Ohno, 1989.
Bufólicas - SP: Massao Ohno, 1992.
Do Desejo - Campinas, Pontes, 1992.
Cantares do Sem Nome e de Partidas - SP: Massao Ohno, 1995.
Do Amor - SP: Massao Ohno, 1999.


Prosa

Fluxo - Floema - SP: Perspectiva, 1970.
Qadós - SP: Edart, 1973.
Ficções - SP: Quíron, 1977. (Prêmio APCA/ Associação Paulista dos Críticos de Arte. Melhor livro do ano.)
Tu não te moves de ti - SP: Cultura, 1980.
A obscena senhora D - SP: Massao Ohno, 1982.
Com meus olhos de cão e outras novelas - SP: Brasiliense, 1986.
O Caderno Rosa de Lory Lambi - SP: Massao Ohno, 1990.
Contos D'Escárnio/Textos Grotescos - SP: Siciliano, 1990.
Cartas de um sedutor - SP: Paulicéia, 1991.
Rútilo Nada - Campinas: Pontes, 1993. (Prêmio Jabuti/Câmara Brasileira do Livro.)
Estar Sendo Ter Sido - SP: Nankin, 1997.
Cascos e Carícias - crônicas reunidas (1992-1995) - SP: Nankin, 1998.


Teatro (inédito)

A Possessa - 1967.
O rato no muro - 1967.
O visitante - 1968.
Auto da Barca de Camiri - 1968.
O novo sistema - 1968.
Aves da Noite - 1968.
O verdugo - 1969 (Prêmio Anchieta)
A morte de patriarca - 1969.


Prêmios


Foram sete prêmios literários, no total. Em 1962, o Prêmio PEN Clube de São Paulo, por Sete Cantos do Poeta para o Anjo (Massao Ohno Editor, 1962). Em 1969, a peça O Verdugo arrebata o prêmio Anchieta, um dos mais importantes do país na época. A Associação Paulista dos Críticos de Arte (Prêmio APCA) considera Ficções (Edições Quíron, 1977) o melhor livro do ano. Em 1981, Hilda Hilst recebe o Grande Prêmio da Crítica para o Conjunto da Obra, pela mesma APCA. Em 1984, a Câmara Brasileira do Livro concede o Prêmio Jabuti a Cantares de Perda e Predileção (Massao Ohno - M. Lydia Pires e Albuquerque editores, 1983), e, no ano seguinte, a mesma obra recebe o Prêmio Cassiano Ricardo (Clube de Poesia de São Paulo). E, finalmente, Rútilo Nada, publicado em 1993, pela editora Pontes, leva o Prêmio Jabuti como melhor conto.




seleção de Fabio Rocha e Lucimara Hayoama





Para saber mais:

Site Oficial de Hilda Hist




http://fabiorocha.com.br/hildahilst.htm
by

terça-feira, junho 26, 2007


Paisagem de Interior


"Quem lê Paisagem de Interior, poema título e carro-chefe desta primeira incursão editorial de Jessier, tem diante de si o universo visual de sua poesia e, por certo, observa sua incrível capacidade de descrever, em versos, as tramas e os atores da cena interiorana."

Paulo Caldas





Clique aqui e confira a declamação do poema Paisagem de Interior
em participação especial na 12ª faixa do CD Janelas de Maciel Melo.
[MP3 - 7 min. - 8,78 Mb]

domingo, junho 24, 2007

quinta-feira, maio 17, 2007

aqui


deixei ao teu lado minha sombra sem remorsos
removi as peliculas do verde de ti e sai desavisado

domingo, maio 06, 2007

desanuviara

O sol encandeara o dia e meu rosto,
mas ao te sentir desanuviei o sol
e cobri-me com teu chapeu de risos
paulo vasco 06.05.2007

eugenio de andrade

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natalia

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vinicius

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vinicius

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carlos drummond

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cecilia meireles

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Na avenida Guararapes,

Na avenida Guararapes,
o Recife vai marchando.
O bairro de Santo Antonio,
tanto se foi transformando
que, agora às cinco da tarde,
mais se assemelha a um festim.
Nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Ah, mas se a gente pudesse
fazer o que tem vontade:
espiar o banho de uma,
a outra, amar pela metade
e daquela que é mais linda
quebrar a rija vaidade.
Mas como a gente não pode
fazer o que tem vontade,
o jeito é mudar a vida
num diabólico festim.
Por isso no Bar Savoy,
o refrão é sempre assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Do livro: "Livro Geral", Ed. Póstuma, 2 ªed. 1999, PE

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

sexta-feira, janeiro 05, 2007

clara


Clara na cara estava
e eu fiquei acinzentando vendo teus meis a correr entre tua boca depositada sobre a minha

Roda Viva | José Saramago | 13/10/2003 para não esquecermos

um pensador, um alucinado,como todo grande escritor e que questiona o próprio instrumento que se vale para ser JOSÉ SARAMAGO.Um ensaista da ...