segunda-feira, novembro 29, 2010

BACIA DAS ALMAS FRAVIA GARAPA




















Bastiana depois do enterro do marido
pegou uma bacia trouxe um cravo de defunto desfolhou dentro da bacia e jogou as duas alianças- a dela e a dele-,que ficaram no fundo;
chorou, misturou a agua, barrufou o rosto e sentou-se dentro da bacia, calma e serena e com ar de castanha seca.

Sabugueiros Caja

























Com as flores dos sabugueiros a espiar o sol,saudo as abelhas que lhe comprimentam
e desejo um dia tão bom que elas enfeitam ,
sua flor é um ponto de croche de belezura, como pontos de alfinete
que não fura, não fere e eleva as noivas ao altar da minha terra.
Salviana entrou na igreja com seu buque de sabugueiro e felicitou as brancuras do seu amor,
tão lindo seu maço de flor que refrescou seu rosto de donzela pura, mas, mais puro era o olor do sabugueiro quieto caindo pelos seus dedos, e destacava o olhar do noivo sobre seu rosto, de cor de castanha nova.

domingo, novembro 21, 2010

SO DEZ POR CENTO Ë MENTIRA _MAnOEL DE BARROS

"La poesía no es económicamente redituable, pero sí vitalmente inevitable"

18-11-2010 / Este atractivo proyecto "de poetas y no de editores" celebra los cincuenta títulos

Carlos Aldazábal, poeta y responsable de la editorial El Surí Porfiado
El notable Fernando Pessoa dijo alguna vez: “Ser poeta no es una ambición mía, es mi manera de estar solo”. Sin embargo, en muchas ocasiones los poetas juntan sus soledades y al igual que unen con pericia y sentimiento las palabras, lían su humilde y suprema ambición de generar belleza. Uno de esos casos es la editorial El Surí Porfiado, que más que una editorial podría decirse que es un colectivo movilizado por la pasión común, sin responder a reglas estéticas estancas o corrientes pretenciosas. Hoy, a las 19.30, celebrarán los 50 títulos editados en el marco del ciclo Cuatro Ficciones que se desarrolla en el Centro Cultural Islas Malvinas (19 y 51), con la presencia Carlos Aldazábal (poeta y director de la editorial) y los poetas Mario Goloboff y Dolores Espeja.

Diagonales conversó con Aldazábal, salteño de 36 años que es una de las cabezas de este proyecto nacido “formalmente en noviembre de 2007, cuando presentamos los diez primeros títulos de la colección. Pero, en realidad, ya se venía gestando desde hacía mucho tiempo, en las charlas que teníamos poetas de distintas regiones del País”.

Editar poesía hoy en día es un verdadero desafío y Aldazábal asiente: “Es apostar por lo que no es económicamente redituable, pero sí vitalmente inevitable. La inevitabilidad para los poetas ya fue sobradamente señalada por Rilke en sus recordadas cartas. Y El Suri Porfiado es un proyecto de poetas, no de editores ni empresarios. Poetas con conocimiento de causa, con conocimiento del escenario poético del país. La voluntad siempre fue intervenir en la escena para democratizarla”.
Aldazábal delinea un poco la postura y visión que el grupo tiene del escenario poético argentino: “Este es un país multicultural. Parcializar esa riqueza es un error que, en la divulgación de poesía, se ha venido haciendo desde el momento en que se conformó el país con su macrocefalía porteña. Creo que nuestra editorial, junto con otras editoriales independientes, ha venido a aportar una apertura a esta tendencia”.

En el seno de la editorial se refieren a los poetas precedentes como maestros, tal vez como una manera implícita de marcar una continuidad y alejarse un poco de las poses vanguardistas: “Señalar a ciertos ‘maestros’, como Juan Carlos Bustriazo Ortiz o Bernardo Canal Feijóo, es traer al presente referentes importantísimos para la poesía nacional, que poco tienen que ver con los circuitos snobistas-marca Aldazábal-. Penúltimo poema del fútbol, de Canal, que se publicó originalmente en 1924, es el libro de nuestro catálogo donde la idea de vanguardia estética se explicita con mayor virulencia. Pero claro: estamos hablando de un vanguardista que escribía en el momento de las vanguardias históricas. En nuestro presente, las vanguardias históricas son una tradición más, tan válida como los sonetos, la copla o los aportes del siglo de oro español.

Justamente por eso, que algún poeta joven se pretenda vanguardista no deja de ser una pose”.
Según el escritor, el catálogo tiene como “mérito la recuperación de una mirada crítica que remite, necesariamente, a la esfera de lo político. No estoy hablando de panfletos: hablo de lo que señalaba Cortázar cuando decía que la ametralladora de un escritor es su máquina de escribir. Hablo de un compromiso estético y vital. Los poetas que iniciamos el catálogo teníamos como meta visibilizar nuestra producción y refrendarnos, al mismo tiempo, en ejemplos que a nosotros nos parecían indiscutibles, y que sin embargo aparecían desdibujados en el esquema de las canonizaciones mezquinas: la llamada generación del ‘60, pero también las vanguardias del ‘20, o referentes del grupo de La Carpa, o la incipiente tradición patagónica. Nuestro catálogo está conformado por todos esos retazos, con poetas jóvenes representativos de todas las regiones del país, como Eliana Drajer (Mendoza), Rodrigo Galarza (Corrientes), Laura Forchetti (Bahía Blanca), Luciana Mellado (Chubut), Tomás Watkins (Neuquén), o Atilio Romano (Salta)”.

“Yo sé que la poesía es imprescindible, pero no sé para qué” decía Jean Cocteau. Para Aldazábal: “Para mí la poesía es imprescindible porque no puedo evitarla, porque desde que empecé a imaginar, a los ocho años, que la higuera de mi casa era un castillo, no ha dejado de ofrecerme escapes a la clausura de la realidad. Porque en los momentos más difíciles me ha consolado. Porque aunque disimule y no escriba, no deja de estar presente en cada mirada a la que me invita el mundo. Para mí es imprescindible, igual que el aire o el agua, porque es mi contrato con la existencia y, al mismo tiempo, lo que me permite soportar la idea de la inevitable recesión de ese contrato”.

domingo, novembro 14, 2010

O Menino que Carregava Água na Peneira Manoel de Barros



.



















Eu tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que o do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira,

com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviço, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os
vazios com as suas
peraltagens
e algumas pessoas
vão te amar por seus
despropósitos

"O Menino que Carregava Água na Peneira"

sábado, novembro 13, 2010

EXÍLIO- Sophia de Mello Breyner Andresen






















Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncios e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades

Chave, Klee -----Pedro Tamen



































És, como no Klee
a máquina de chilrear
a liquidez perfeita dos passos,
a música dos surdos.

Que húmido pilar
sustenta, amor, o paço
em que me acoito e durmo
que não seja teu canto

ao canto do meu dia?
És, como no Klee,
a virgem matemática
que tudo me desvenda

e sem que eu faça contas
calculas somas, sumos,
entre o covo das ondas
e azul astronomia.

És, como no mundo,
a pintura delida
de que sobrou apenas
um osso branco e flauta.

Pedro Tamen

Infâmias -Natalia Esconsa























Os morros cantaram os galos
ávidos de manhãs para que as estrelas não mais alumiem a desordem dos lobos e as infâmias das leoas

segunda-feira, novembro 08, 2010

CALEIDOSCÓPIO ACONTECE EM BOTUCATU SP- 07.11.2010













UMAS DAS ORGANIZADORAS A DIREITA : MARIA AMÁLIA





























































PROF PAULO VASCONCELOS GABRIELA MAGALHÃES E RENATO MILAN FAZEM TRABALHO EXPOSITIVO CÊNICO SOBRE O POETA MANOEL DE BARROS

quarta-feira, novembro 03, 2010

Adélia Prado lança livro inédito de poesias






















Após 10 anos sem publicar um livro de poesias inédito, escritora mineira Adélia Prado lança neste mês "A Duração do Dia"


Após 10 anos sem publicar um livro de poesias inédito, a escritora mineira Adélia Prado lança neste mês "A Duração do Dia" pela editora Record. Nele, a escritora perpassa por temas, como amor carnal e divino, o ofício do poeta, os sofrimentos intrínsecos ao ser humano, entre outros.

Por meio de uma poesia sutil e sedutora, Adélia traça uma viagem pelos caminhos do coração. Lá, descreve os desejos, frustrações e sonhos que povoam os sentimentos. O leitor entra em contato com as coisas aparentemente desimportantes do cotidiano.

Adélia ainda volta a temas recorrentes em sua escrita, como a vida provinciana, a religiosidade, as cores do campo, entre outros. Dos pertinentes conflitos entre o sagrado e o profano, recorrente em sua obra, aqui são observados ou a partir da natureza ou por meio da leitura de um texto religioso.

Graças a Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Adélia publicou "Bagagem" (1976), seu primeiro livro. O escritor Affonso Romano de Sant"Anna enviou os originais da obra para a apreciação do poeta. Drummond considerou os poemas fenomenais e indicou sua publicação. À época, Adélia tinha 40 anos.

Dois anos depois, ela ganhou o prêmio Jabuti por "O Coração Disparado". Em 2006, estreou na literatura infantil com "Quando Eu Era Pequena". Adélia é autora de "Filandras", "Terras de Santa Cruz", "Quero Minha Mãe", "O Pelicano", "Oráculos de Maio", entre outros volumes. As informações são da Folha Online.

Leia abaixo três poemas extraídos do novo livro de Adélia Prado.

TÃO BOM AQUI
Me escondo no porão
para melhor aproveitar o dia
e seu plantel de cigarras.
Entrei aqui pra rezar,
agradecer a Deus este conforto gigante.
Meu corpo velho descansa regalado,
tenho sono e posso dormir,
tendo comido e bebido sem pagar.
O dia lá fora é quente,
a água na bilha é fresca,
acredito que sugestiono elétrons.
Eu só quero saber do microcosmo,
o de tanta realidade que nem há.
Na partícula visível de poeira
em onda invisível dança a luz.
Ao cheiro de café minhas narinas vibram,
alguém vai me chamar.
Responderei amorosa,
refeita de sono bom.
Fora que alguém me ama,
eu nada sei de mim.

TENTAÇÃO EM MAIO
Maio se extingue
e com tal luz
e de tal forma se extingue
que um pecado oculto me sugere:
não olhe porque maio não é seu.
Ninguém se livra de maio.
Encantados todos viram as cabeças:
'Do que é mesmo que falávamos?'
De tua luz eterna, ó maio,
rosa que se fecha sem fanar-se.

UMA JANELA E SUA SERVENTIA
Hoje me parecem novos estes campos
e a camisa xadrez do moço,
só na aparência fortuitos.
O que existe fala por seus códigos.
As matemáticas suplantam as teologias
com enorme lucro para minha fé.
A mulher maldiz falsamente o tempo,
procura o que falar entre pessoas
que considera letradas,
ela não sabe, somos desfrutáveis.
Comamo-nos pois e a desconcertante beleza
em bons bocados de angústia.
Sofrer um pouco descansa deste excesso.
Informações da Folha.

segunda-feira, novembro 01, 2010

500 anos esta noite

Enviado por ANAMARIA VASCONCELOS -RECIFE PE.
On Dom 31/10/10 09:35 , Fernanda Penkala fernanda.penkala@gmail.com sent:



(Foto: Roberto Stuckert Filho)










500 anos esta noite




De onde vem essa mulher
que bate à nossa porta 500 anos depois?
Reconheço esse rosto estampado
em pano e bandeiras e lhes digo:
vem da madrugada que acendemos
no coração da noite.

De onde vem essa mulher
que bate às portas do país dos patriarcas
em nome dos que estavam famintos
e agora têm pão e trabalho?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem dos rios subterrâneos da esperança,
que fecundaram o trigo e fermentaram o pão.

De onde vem essa mulher
que apedrejam, mas não se detém,
protegida pelas mãos aflitas dos pobres
que invadiram os espaços de mando?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem do lado esquerdo do peito.

Por minha boca de clamores e silêncios
ecoe a voz da geração insubmissa
para contar sob sol da praça
aos que nasceram e aos que nascerão
de onde vem essa mulher.
Que rosto tem, que sonhos traz?

Não me falte agora a palavra que retive
ou que iludiu a fúria dos carrascos
durante o tempo sombrio
que nos coube combater.
Filha do espanto e da indignação,
filha da liberdade e da coragem,
recortado o rosto e o riso como centelha:
metal e flor, madeira e memória.

No continente de esporas de prata
e rebenque,
o sonho dissolve a treva espessa,
recolhe os cambaus, a brutalidade, o pelourinho,
afasta a força que sufoca e silencia
séculos de alcova, estupro e tirania
e lança luz sobre o rosto dessa mulher
que bate às portas do nosso coração.

As mãos do metalúrgico,
as mãos da multidão inumerável
moldaram na doçura do barro
e no metal oculto dos sonhos
a vontade e a têmpera
para disputar o país.

Dilma se aparta da luz
que esculpiu seu rosto
ante os olhos da multidão
para disputar o país,
para governar o país.

(Pedro Tierra)
Brasília, 31 de outubro de 2010.

ADIOS KIRCHNER

DILMA!!!!!!!É O POEMA DA MULHER!!!!!!!


FAZ ESCURO MAS EU CANTO -T DE MELO


O POEMA ESTÁ ESCRITO, AGORA HÁ MAIS UMA ESTRELA NO CÉU DO BRASIL!
DERROTAMOS A MANCHA DO CÉU DA DIREITA GOLPISTA DO SERRA!!!!!!!!!

Roda Viva | José Saramago | 13/10/2003 para não esquecermos

um pensador, um alucinado,como todo grande escritor e que questiona o próprio instrumento que se vale para ser JOSÉ SARAMAGO.Um ensaista da ...