terça-feira, julho 16, 2024

OS SEGREDOS DE ELKE MARAVILHA - Entrevista com Chico Felitti - Programa ...

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ELKE ERA UMA E ÚNICA OS DEUSES A LEVARAM, ECOS DE SUA VOZ AINDA PERDURAM.




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O Poeta é um caçador de rios, um fuçador de poeiras d’água..THIAGO CALÇAD0

                               




THIAGO CALÇADO

                                            FOTO DIVULGAÇÃO

 

CALÇADO, Thiago. O Rumo do Rio é Reza. São Paulo: Gênio Criador, 2019.

 

 

“Aprendo a ser apêndice,

Pra incomodar no tempo certo..

 

 

O Poeta é um caçador de sentidos e significados ou um subversor de tais regras linguísticas; devorador de palavras e seus cheiros simbólicos; tal qual um fuçador, ele busca encontrar goiaba em pé de banana para dizer mais do sabor das coisas do mundo os apurando com mel.

O apurador é uma espécie de bruxo que fez do dito o não dito e alucina, com febres de deuses e diabos, na procura da substância na poética que não tem triângulo, quadrado, pentágono ou o que o valha na geometria das figuras planas.

 

O escrevedor poeta busca inverter, amassar a palavra para fugir do conceito duro que a poesia/palavra rejeita. O poeta sabe da mentira da palavra, por isso, namora seu desdizer ou fabular, assim, diz e desdiz sem se contradizer em seus versos.

 

Não foge disto Thiago Calçado, poeta de dimensões amplas e de rumo igual a um rio em cheias. De posse destas qualidades, ele inverte tudo ou quase todo um léxico conceitual para o encontro da poiesis em si mesma.

 

Na sua obra O rumo do rio é reza (São Paulo: Gênio Criador, 2019), o poeta não desdiz minha apreensão de seu estilo; apresento, enquanto exemplo, um pequeno fragmento que o denuncia em suas rezas várias de rumo/rio, diz ele em um dos poemas:

 

 “Escrevo com a pressa de quem foge.

Faço versos para não deixar rastros

….

   A poesia mais perigosa

   É a que me escapa e vira vestígio

  Das histórias proibidas de nossas mentiras…

   Tudo que se cala vira pista… (CALÇADO, 2019, p. 46).

 

O poeta como fuçador, fuça também os outros poetas, e no caso dele são muitos, e ele bem o faz nas suas rugas e nervos do léxico daqueles, deixando transparecê-los sem precisar de uma enumeração exaustiva, pois ja estão muito bem delineados na trama de seus próprios versos.

 

Disse-me uma vez um poeta baiano: minha influência vem de todos que li e mergulhei e afundei para soprar o meu verso. Sabido é, ninguém é único na palavra, ela é sempre viagem palavra.

 

Nada diferente se passa com Calçado, no poema abaixo ele alcança a buchada do verso nos ingredientes apurados para dar mais gosto e redizer o sonho da palavra na alucinação da poesia:

 

Hermeto-me em Páscoas

Pois troco de casa como se troca de roupa.

Hoje vendi dois kilos de Kant por um Pessoa.

Sou como um João Manoel de Barros 

Sei o lado de onde vem a chuva.

Foi nas janelas das dúvidas

Que minha pele de fé virou ferida... (CALÇADO, 2019, p. 35).

 

O poeta caçador caça a brasilidade do ser palavra em terras tão feridas pelas outras línguas, mas ele as rebate com fôlego de poeta prosador a aliciar as prosas e as transformar em rios que rezam na boca do nosso povo:

 

Aprendi com o matuto:

O rio tem duas bandas

E um rasgo no meio.

De um lado é lá,

De outro, cá

O fundo a gente nunca sabe onde tá.

Sabe só que onde não dá pé dá peixe,

Nadar é verbo de quem deixa de fazer coisas

Pra ser todinho travessia. (CALÇADO, 2019, p. 10).

 

 

Como se não bastasse essa marcação da oralidade popular, ele continua a reza do rumo e nos enlouquece de magia:

   

“Chamego é palavra mole

   Tem preguiça até de sair da Boca.

   CH é bom e dá leseira em tudo

   Chá, chopp e chupeta.

   Xícara que não é besta, fugiu dessa. (CALÇADO, 2019, p. 68).

 

 

O Poeta nada de braçadas na terra dos rios das bandas do interior, no asfalto e nas folhagens, pois sabe das lógicas deslocadas com as quais se faz o poema. Também, pudera, é um doutor em Filosofia que sabe abrir os sentidos e desdizer para melhor dizer; dá corpo à sua poética um espinosismo não declarado feito a lentes agudas de um interior paulista, mas que trouxe para a capital o gosto dos pontais “onde o sol se-põe como poesia”.

 

Todos os que ainda buscam um pouco de alento nas palavras, podem, com prazer, arremeterem-se nos rios com suas rezas poéticas de Thiago Calçado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Professor Pesquisador do Programa de Pós-Doutorado em História Cultural da UNICAMP, Professor de Tempo Parcial do Curso de Medicina da UNOESTE. Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Mestre em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista de Marília (2009), Graduado em Ciências Econômicas pela Instituição Toledo de Ensino de Presidente Prudente, Graduado em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte, Graduado em Filosofia pela Universidade do Sagrado Coração de Bauru. Atualmente é professor convidado da pós-graduação em Educação Sexual da UNISAL - São Paulo, membro do GT Ética e Filosofia Política da ANPOF, do Grupo de Pesquisa em História Cultural da Unicamp. Ministrou as seguintes disciplinas: Economia, Desenvolvimento Sustentável, Antropologia Filosófica, Ética, Filosofia Política, Filosofia da Educação, Filosofia da Religião, Filosofia da Tecnologia. Pesquisa temas como: Economia, Instituições e Poder, Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável Fundamentos, Fundamentos Políticos e Sociais Brasileiros, Filosofia e Normalidade, Ética e comunicação.


AGRADECIMENTOS PELA REVISÃO E SUGESTÕES -DR ALDO AMBRÓZIO

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quinta-feira, abril 18, 2024

Roda Viva | José Saramago | 13/10/2003 para não esquecermos

um pensador, um alucinado,como todo grande escritor e que questiona o
próprio instrumento que se vale para ser JOSÉ SARAMAGO.Um ensaista
da loucura humana na sua diversidade de alucinações.

quarta-feira, janeiro 22, 2020

Juan Gelman y otras cuestiones




JUAN GELMAN
(1930 - 2014)
Este poeta excepcional nació en Buenos Aires —en el histórico barrio de Villa Crespo— en 1930. Su primera obra publicada, Violín y otras cuestiones, prologada entusiastamente por otro grande de la poesía, Raúl González Tuñon, recibió inmediatamente el elogio de la crítica. Considerado por muchos como uno de los más grandes poetas contemporáneos, su obra delata una ambiciosa búsqueda de un lenguaje trascendente, ya sea a través del "realismo crítico" y el intimismo, primeramente, y luego con la apertura hacia otras modalidades, la singularidad de un estilo, de una manera de ver el mundo, la conjugación de una aventura verbal que no descarta el compromiso social y político, como una forma de templar la poesía con las grandes cuestiones de nuestro tiempo.
Fue obligado a un exilio de doce años por la violencia política estatal, que además le arrancó un hijo y a su nuera, embarazada, quienes pasaron a formar parte de la dolorosa multitud de "desaparecidos".

En 1997 recibió el Premio Nacional de Poesía. Su obra ha sido traducida a diez idiomas.

Reside actualmente en México, aunque "Volver, vuelvo todos los años, pero no para quedarme. La pregunta para mí no es por qué no vivo en la Argentina sino por qué vivo en México. Y la respuesta es muy simple: Porque estoy enamorado de mi mujer, eso es todo". Perdonando tamaño romanticismo, la ciudad de Buenos Aires lo honró recientemente con el título de ciudadano ilustre.

fuente: "Juan Gelman, Obra Poética" de Ediciones Corregidor, 1975
Recebeu recentemente os prêmios Juan Rulfo (2000) e José Lezama Lima (2003).

Uma voz que confunde esperança e dor a cada imagem recolhida nos recônditos da memória e na presença plena de ausência dos amigos idos que já não mais são nomeados. Num mar indiferente e tormentoso, no qual as ondas da memória golpeiam-lhe a escrita, Juan reencontra o mistério do ser, que se apresenta despojado de toda aura metafísica que a poesia normalmente lhe empresta.”
Andityas Soares de Moura
http://bit.ly/2GgcMpI

POR ANTONIO MIRNANDA -