sexta-feira, setembro 18, 2009

JOAQUIM CARDOZO PERNAMBUCANO



JOAQUIM CARDOZO

JOAQUIM CARDOZO
(1897-1978) 



POESIA DA PRESENÇA INVISÍVEL

Através do quadro iluminado da janela
Olho as grandes nuvens que chegaram do Oriente
E me lembro dos homens que seriam meus amigos
Se eu tivesse nascido em Cingapura.

E aqueles que estiveram comigo nas horas concluídas
Ainda impressionam o ar
— Todos eles perderam-se no mar.

Agora, na praia deserta estou sozinho
— Caminho
Com os pés descalços na areia.

Nesta tarde morta o perfume das almas
Invade as enseadas, estende-se sobre os rios, paira sobre as colinas
— A Natureza assume a precária presença de um sonho;
Um trem corre sereno na planície dos homens ausentes;
Do fundo de minha memória sobe um canto de guitarras confusas;
Sinto correr de minha boca um rio de sombra,
A sombra contínua e suave da Noite.

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Não fales nada,

  Não fales nada, A palavra não diz, é louça quebrada, não mais espouca, Não gira,não recola 25.05.24 PAULO CAJA