quarta-feira, junho 02, 2010
Geraldo Holanda Cavalcanti
by Folha...http://bit.ly/a6fI5s
O novo imortal da ABL Geraldo Holanda Cavalcanti, que foi eleito nesta quarta-feira no Rio
Cavalcanti é poeta, tradutor, ensaísta e memorialista. Exerceu a carreira de diplomata por mais de 40 anos, tendo sido embaixador no México, na Unesco e na União Europeia.
Estreou na poesia em 1964, com "O Mandiocal de Verdes Mãos". O também imortal Eduardo Portella, que era dono da "Tempo Brasileiro", editora que publicou o livro, diz que Cavalcanti lhe foi na época recomendado por Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e José Guilherme Merquior.
Em 1998, publicou "Poesia Reunida", pelo qual conquistou o prêmio Fernando Pessoa, da União Brasileira de Escritores.
Suas publicações mais recentes são "Encontro em Ouro Preto" (contos, 2007) e "As Desventuras da Graça" (memórias, 2010), ambos pela editora Record.
É especialista na obra e na tradução de poetas italianos --já verteu ao português obras de Giuseppe Ungaretti, Salvatore Quasimodo, Eugenio Montale e Umberto Saba--, mas também de autores de língua espanhola, como o colombiano Álvaro Mutis.
Recebeu, na Itália, em 1998, o prêmio Eugenio Montale, pela tradução da obra do poeta homônimo. Pela tradução de Quasimodo, ganhou, no ano seguinte, o prêmio Paulo Rónai da Fundação Biblioteca Nacional.
O mandiocal de verdes mãos
Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 1964
(Col. Tempoesia, 2)
apud Antonio Miranda-clique no título e vá direto ao original
PRIMEIRA ESTÓRIA
Invenção do feliz
Assim ao mais
ao não sabido
sonho-viagem
descortínio
mundo virado
repentino
como um binóculo
invertido
Assim o abrir-se
gesto súbito
da dadivosa
mão do tio
brinquedo móvel
cheiro esquisito
tudo chegado
e prometido
A proclamação do peru
Belo escacheia
desdobra ríspido
estala a cauda
se entufa rijo
O espaço vibra
com seu bramido
rubro o grugrulho
e o limpo viço
Intervalo
Não mais pensar o belo apercebido
gastar fora de hora o quente visto
da memória de tantos atavios
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