
DA VOCAÇÃO PARA A VIDA
Desculpe meu choro
Senhor engenheiro
Não sou concreto
Nem entendo
Seu prédio
Estático
Não sei que fruta brota
De sua planta
Perdoe-me
Senhor juiz
Não sei de suas leis
Nem sei o que significa
Seu martelo
Para o desespero
Somos o que escolhemos
E isso não está em suas mãos
Desculpe
Senhor matemático
Estou cansado
Para seus resultados
Exatos
Minha fé
Não pula o muro
Dos seus cálculos
Calem-se
Psicólogos
Não quero discutir
O óbvio despropósito
Quero ser
Essa infinidade de gente
Que me desmente
A cada instante
Eu aceitaria
Sua esquizofrenia
Se ela fosse a resposta
Para a única
Pergunta
Por isso
Liberais de plantão
Me soltem a mão
Não me esperem para jantar
Em sua casa sem alma
Onde são devorados
Pelo silêncio da mesa
Posta
Everton Behenck
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