quarta-feira, dezembro 05, 2012

A ....Astancia Ancoura CE

ROSANA ">
Pegou-me de cheio homem As bandas de tuas mãos, como se fora pedaço de troço viscoso, ardente e de cheiro de medos, coisa grande maior que a palma de teus olhos, Pensos, pendidos que não sabem, nem decidem. Pra quê? Penduro-me teso nos teus algodoais escondidos Mas vejo-os tecidos como linho, cambraia que me envolvem Vinhas tu com os panos de peixes antigos, cheiros de sargaços, garoupas robustas, cavalas olhudas rasgando e tecendo Tecidos de pedra, tramado com forças de mares. Olhei teu olhos homem roubalo como se tu fora argola, Dístico antigo de navios, caravelas afoitas, e de casco lodoso De minhas mãos nasciam facas, viscosas, punhais de brilho Afiadas por tua língua a cerzir meu corpo. Eu te desejo homem caravela, água viva que me salva deste lodo não iodado. Quero tuas mãos como angu em fome de de noites longas. Eu te amo homem, que não chefia minhas angústias, mas me das outras E te-las é viver um bardo de violas cantando fados E finco-em aos teu olhos- bocas de abalo Como touceira nova, dirigida pelo teus sois. Eu te amo homem, pelo que de nada em nada se tece o vento o ar E por acaso respiro um ....troço amoitado acoitado.

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