sábado, junho 22, 2013

O Poema I Esclarecendo que o poema é um duelo agudíssimo quero eu dizer um dedo agudíssimo claro apontado ao coração do homem falo com uma agulha de sangue a coser-me todo o corpo à garganta e a esta terra imóvel onde já a minha sombra é um traço de alarme II Piso do poema chão de areia Digo na maneira mais crua e mais intensa de medir o poema pela medida inteira o poema em milímetro de madeira ou apodrece o poema ou se alteia ou se despedaça a mão ateia ou cinco seis astros se percorre antes que o deserto mate a fome ................................................................................................. Luiza Neto Jorge Terra Imóvel Poesia organização e prefácio de Fernando Cabral Martins Assírio & Alvim 2ª edição 2001

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