segunda-feira, setembro 27, 2010

Lua quadrada ˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜ ANUELA ALFORGE ˜˜ PE





























travei a porta e pronto, aqui sou eu, acabou-se nada pode me fazer cebola, sou eu, eu eu, eu, eu desta cama, que me amassa, me entorta me acode, me esfrega....pronto acabou, não quero panelas, nem condimentos,não , não quero, quero sim o cheiro de minha avó, do cheiro de pão novo nos inícios de manhãs,é, é isso não quero, não quero , paneleiros, , e louça, não, Ah !quero o prato quebrado pintado pela minha mãe, vazio, que meu pai não quebrou, sim, pois ele quebrava todos os pratos rachados com bordas quebradas, esse não, esse sobrou.Ave, pera ai, quero o sabiá, que se planta na janela e me anuncia o que nao sei ,mas sei- é novidade-, isso, mesmo é que quero, quero esse teto meu limpo, branco como minha grande lua quadrada, travei a porta sim e acabou, feijão, arroz, farinha, ovos fritos, mas quero margarida impressa neles, como me filho disse pequeno olhando as margaridas- olha um pé de ovo frito, , travei quero as margaridas do meu teto onde desenho o que quero e branco , travado, que ninguém vê , só eu

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