Quando eu morrer quero ficar (Ode a Mário de Andrade) ::
Autor(a): Rubens Ramon Romero | história publicada em 5/8/2009
Quando eu morrer quero ficar,
Ao lado de meus amigos.
Sepultado no cemitério do Brás.
Na Quarta e Última Parada.
Saudades.
Meus pés enterrem...
Num campinho da várzea antiga.
Na baixada do Glicério meu sexo.
A cabeça no grupo escolar.
Lembranças.
No Museu do Imigrante
Afundem meu coração brasileiro.
Não esqueçam como vivi.
Junto de duas pátrias.
Amadas.
Nos Correios enterrem minha pasta de Office Boy.
Meu ouvido tampe-os com algodão
Não quero ouvir mais besteiras.
Asneiras.
O nariz que cheire as rosas.
No Jardim do Edem.
A voz deixe na Liberdade.
Maldade
As nádegas.
Nos bancos da Paulista
Os olhos no esquife da mulher.
Amada.
As mãos deixem presas, juntas.
No coração. No Incor.
Os joelhos, na Igreja do Brás.
As tripas, já as perdi.
Esqueçam.
O Espírito é de Deus,
Deixe embalado, no Paissandu,
No colo da Estatua Mãe Negra.
Aos inimigos deixem o Epitáfio.
Kardecista: Volto Logo!
e-mail do autor: rrubensrr@bol.com.br
ORIGINALAo lado de meus amigos.
Sepultado no cemitério do Brás.
Na Quarta e Última Parada.
Saudades.
Meus pés enterrem...
Num campinho da várzea antiga.
Na baixada do Glicério meu sexo.
A cabeça no grupo escolar.
Lembranças.
No Museu do Imigrante
Afundem meu coração brasileiro.
Não esqueçam como vivi.
Junto de duas pátrias.
Amadas.
Nos Correios enterrem minha pasta de Office Boy.
Meu ouvido tampe-os com algodão
Não quero ouvir mais besteiras.
Asneiras.
O nariz que cheire as rosas.
No Jardim do Edem.
A voz deixe na Liberdade.
Maldade
As nádegas.
Nos bancos da Paulista
Os olhos no esquife da mulher.
Amada.
As mãos deixem presas, juntas.
No coração. No Incor.
Os joelhos, na Igreja do Brás.
As tripas, já as perdi.
Esqueçam.
O Espírito é de Deus,
Deixe embalado, no Paissandu,
No colo da Estatua Mãe Negra.
Aos inimigos deixem o Epitáfio.
Kardecista: Volto Logo!
e-mail do autor: rrubensrr@bol.com.br
QUANDO EU MORRER
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.
No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.
Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.
O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...
Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...
As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.
De Lira Paulistana http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet078.htm
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