sábado, dezembro 12, 2009

ROMANCEIRO ATUALIZADO DE GRANADA- Lucila Nogueira




Nas grutas de Sacromonte
já não há cigano algum
Das muralhas de Albaicin
A sorte não me chegou


A tumba de Joana a louca
não fui ver na Catedral
a Alhambra e o Generalife
tem algo de Disneyworld

Os guias contam estórias
sem qualquer convicção
e os turistas fazem cooper
sobre as ruínas do Islam

As grutas de Sacromonte
são discotecas de rock
e em Granada à meia-noite
vejo um filme de terror

Não vi a tumba de Lorca
não vi a tumba de Joana:
prefiro trazê-los vivos
fantasia na garganta


Lucila Nogueira nasceu no Rio de Janeiro. Ela é poeta, ensaísta, contista, crítica literária, professora universitária e tradutora . Tem 18 livros de poesia publicados: Almenara, 1979; Peito aberto,1983; Quasar, 1987; A dama de Alicante, 1990; O Livro do Desencanto, 1991; Ainadamar, 1996; Ilaiana, 1997-2000; Zinganares, 1998; Imilce, 1999; Amaya, 2001; A Quarta Forma do Delírio, 2002; Refletores, 2002; Bastidores, 2002; Desespero Blue, 2003; Estocolmo, 2004; Mar Camoniano, 2005; Saudade de Inês de Castro, 2005; Poesia em Medellin; 2006. Com seu primeiro livro, Almenara, recebeu o prêmio de poesia Manuel Bandeira do governo do estado de Pernambuco em 1978,obtendo o mesmo prêmio pelo livro Quasar em 1986. Como ensaísta, publicou Ideologia e Forma Literária em Carlos Drummond de Andrade (terceira edição em 2002) e A lenda de Fernando Pessoa em 2003. Nesse momento tem no prelo o O Cordão Encantado, sua tese de doutorado defendida em 2002 sobre os livros O Cão sem Plumas e Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto. Professora da Pós-Graduação em Letras e Linguística na Universidade Federal de Pernambuco, tem um carinho especial pela Graduação onde dá aulas de literaturas brasileira e portuguesa, teoria da literatura e língua portuguesa; dirigiu o Departamento de Letras nos anos de 1998 e 1999.

Ela é membro da Academia Pernambucana de Letras e sócia-correspondente da Academia Brasileira de Filologia, situada no Rio de Janeiro. Participou da Comissão Julgadora do Prêmio Binacional Brasil-Argentina e tem pertencido ao corpo de jurados do Prêmio de Literatura Brasileira da Portugal Telecom desde 2003, quando atuou na Comissão Artística. Faz recitais e organiza colóquios, seminários e edições de livros quer acadêmicos, quer dos alunos da sua Oficina Literária de Poesia e Conto, revelando novos valores e fazendo intercâmbio entre autores ibero-americanos. Participa do comitê editorial da revista online Máfua, da Universidade Federal de Santa Catarina e colabora com a revista virtual Agulha, editada por Floriano Martins e Cláudio Willer.





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